Nozes & Vozes

Um espaço livre, por onde você pode passar que não bate em nada

quinta-feira, março 01, 2007

Tabaco, esse sempre

Parece que vai ser aprovada uma lei que proíbe fumar em locais públicos ou estabelecimentos comerciais, tais como cafés, bares, restaurantes e discotecas, a não ser que possuam uma área superior a 100 m2, onde possa existir uma área reservada a fumadores, desde que essa área não ocupe mais de 30% do espaço do dito estabelecimento.

A minha pergunta é a seguinte: 100 m2??? só???

Claro que já há pessoal a trepar às paredes por causa desta lei, argumentando que é uma falta de respeito para com o fumador, mas em grosso modo, penso que toda esta problemática pode ser avaliada de um ponto de vista muito simples:

  1. Quem fuma, fuma porque quer. Mesmo fumando sem querer (quem tenta deixar e não consegue), houve uma altura em que o quis. Ninguém o obriga a fumar.
  2. Ou seja, fumar implica uma vontade, e uma acção. Não fumar, implica nada.
  3. Fumar faz mal ao fumador, e sobretudo*, a quem está à sua beira.
  4. Logo, se algum fumador estiver a fumar próximo de um não-fumador, ele provavelmente estará a incomoda-lo, e sobretudo, estará a prejudicar a saúde de outrem.
  5. Como fumar é um acto voluntário, esse fumador estará a prejudicar a saúde do não-fumador, que mesmo não sendo voluntariamente, é com consciência.
  6. Não fumar, no entanto, não faz mal a ninguém, nem tão pouco incomoda**.
  7. Logo, fumar em locais públicos ou estabelecimentos comerciais, deveria ser proibido à custa da seguinte afirmação muito simples, e que resume todas as anteriores:
  8. Fumar não é um direito do fumador, é uma opção. Ter a sua saúde salvaguardada, impedindo o fumador de fumar à sua beira, é sim, um direito de qualquer um.
  9. Afirmar que um não-fumador ao frequentar locais frequentados por fumadores, estará a consentir que fumem à sua beira é absurdo. Sendo um local público, é público para todos, e basta um não-fumador estar presente para que os restantes devessem parar de fumar***.

* Quando digo sobretudo, não quero dizer que a saúde do fumador passivo seja mais prejudicada que a do não fumador. Sobretudo vem a propósito de a saúde do próprio fumador ser danificada por consentimento do próprio, mas a do fumador passivo, poder ser prejudicada sem o seu consentimento.

** É claro que poderá haver um espertinho que ache que um não-fumador o incomoda por não fumar. Apesar de extremamente imbecil, e desprovido de qualquer sentido lógico (faço o pleonasmo), aceito! No entanto, ninguém poderá afirmar que o facto de um não-fumador não fumar, prejudica a saúde de um fumador.

***Excluindo, obviamente, locais específicos para fumadores, o que não é o caso de bares, discotecas e afins. Aliás, se num restaurante existir uma área para fumadores, é óbvio que ninguém poderá reclamar. No entanto, não poderão existir locais públicos que na sua totalidade sejam para fumadores, porque tal seria anti-democrático pelo que foi atrás referido.

Como diz o Faquir: NO SMOKING

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Foda-se, amigo: que violência do caralho de texto... Não bastava dizer que não gostas que fumem à tua beira e que estás contente com as novas restrições ao fumar em recintos fechados?!
Dasse...

2/3/07 02:18  
Blogger Spike said...

Como podem ver, alterei ligeiramente a alínea mais polémica. De facto, reconheço que o uso da palavra voluntariamente não era a mais adequada, e nesse aspecto dou o braço a torcer.

No entanto, reitero: quem fuma a beira de outra pessoa, tem a consciência que esse fumo prejudica ambas. E aí é que está o cerne da questão. Pois os fumadores encaram isto com muita leveza, e um pouco como um problema seu. Por isso repito que fumar num local público não deve, nem pode ser um direito. Mas salvaguardar a sua saúde, é sim um direito de qualquer um.

3/3/07 18:56  

Enviar um comentário

<< Home